Primeiras capas das últimas edições do «Diário de Notícias» de Lisboa , as quais revelam muito do estado da arte em Portugal.
Enquanto o Estado Português, através de processos administrativos e fiscais, coima e executa pacatos cidadãos com parcos recursos e com famílias a cargo, por outro lado, vai socializando e nacionalizando grandes prejuízos, activos tóxicos e imparidades, provocados por actuações alegadamente fraudulentas e golpistas, como foi e é o escândalo do BPN.
Em Portugal, desde muito longe, e basta recuar ao Estado Novo para constatarmos muitas evidências, sempre existiu uma aristocracia de negócios, apoiada pela classe politíca dominante, cujo objectivo primordial nunca foi criar riqueza, mas sim apropriar-se da riqueza dos outros e dos bens públicos.
Desde concessões, nacionalizações, privatizações, reprivatizações, parcerias público-privadas, este modelo golpista de apropriação dos bens colectivos e dos impostos dos contribuintes é uma constante.
Quando o Estado se vê em aflições, a primeira coisa que faz é atacar os mais pobres, os mais desfavorecidos e actualmente numa agressividade nunca vista a própria classe média, que aos poucos está engrossando a nova legião dos novos pobres.
Isto acontece em todo o território nacional, inclusivamente nos nossos Açores, que não tendo contribuido para o desfalque nacional e para a orgia de despesismo e de irresponsabilidade fiscal, estão a ser convocados para este peditório nacional.
E é pois, com muita indignação e perplexidade que vemos, ouvimos e lemos alguns dos nossos conterrâneos a contemporizar com todo este processo de saque e rapina sobre os nossos bens e rendimentos.
Ainda hoje li nos nossos jornais regionais, artigos de opinião que são autênticos abaixo-assinados à politica centralista e colonialista de Lisboa, e pior, com a visão lírica de que esta austeridade e todo este esforço é para o bem de todos nós, quando muito bem sabemos que todo esse saque fiscal e financeiro é para enriquecer quem está no miolo do Estado, nos negócios protegidos pelo Estado e para pagar o fausto duma classe politica parasitária e cleptocrática.
Até notei que alguns, em tempos longíquos (!!!), empunharam a velhinha Bandeira dos Açores...
Uns tristes e capachos, é o que são!