Desde que o actual Governo neo-comunista liberal à moda «chinoise» de Lisboa tomou posse, intensificaram-se os ataques às autonomias, e muito particularmente aos Açores.
Isto não significa que antes já não houvessem algumas escaramuças perpetradas pelo anterior governo, como foi o caso da teimosia do então Ministro das Finanças, Prof. Teixeira dos Santos, em não querer transferir para as autarquias açorianas 5% do IRS, como sempre tinha acontecido, e ao arrepio da jurisprudência em vigor.
Em todo o caso, nada se assemelha à agenda politicamente agressiva que o actual Governo de Lisboa tem para com as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, esta com cambiantes muito diferentes.
Tem sido frequente as declarações e as sugestões de diversos ministros em relação, não à transferência de maiores e mais vastas competências para os nossos Orgãos de Governo Próprio, mas sim a transferência de custos e maiores responsabilidades financeiras para os nossos orçamentos e obviamente para os contribuintes açorianos.
Vejamos alguns casos paradigmáticos:
Há tempos o Ministro da Defesa alvitrou a possibilidade da Região vir a pagar as operações de evacuação e salvamento que são realizadas pela Marinha e Força Aérea; o Ministro do Futebol, da Televisão e das Autarquias quer acabar com a RTP-Açores alegando que esta custa muitos milhões e que já cumpriu o seu papel histórico; os Hospitais da rede do Serviço Nacional de Saúde querem cobrar ao nosso Serviço de Saúde todos os cuidados de saúde prestados a cidadãos açorianos que se deslocam ao Continente, cujas valências ou especialidades médicas nós não as possuímos; há ainda os casos da Universidade, dos Aeroportos, das tarifas do serviço público relativas ao transporte aéreo, a estrutura de telecomunicações existente na Região,etc.
Mas o caso mais grotesco - e talvez mais ofensivo! - foi a sugestão do incrível Ministro da Economia e do Desemprego - uma nulidade à escala mundial! - ao declarar que a formação dos agentes da PSP no nosso arquipélago era uma competência da RAA!
Qualquer dia também sairá do nosso Orçamento as verbas necessárias para pagar o Sr. Representante da República e o seu faustoso Gabinete!
Ou seja, doravante, Lisboa, propõe-nos que sejamos nós a pagar os «custos de soberania» e os «encargos gerais da Nação»!
Ontem, o Presidente do Governo dos Açores fez bem em denunciar todo este ataque concertado contra os Açores e chamar a atenção para a agenda de desresponsabilização financeira que a República tem para com os Açores e para com os Açorianos.
Toda esta agenda ( por enquanto, ainda muito escondida...) tem alguns cúmplices internos e que todos os dias se pavoneam nos diversos orgãos de comunicação social.
E nesta altura do campeonato, não devemos ser politicamente correctos ou excessivamente diplomatas.
Esses cúmplices e colaboracionistas do governo neo-comunista liberal de Lisboa - e mandatários para uma eventual agenda politica centralista e anti-açoriana - tem rostos e nomes, estando à cabeça a actual líder(?) do PSD nos Açores e todo o seu directório de rapazinhos inexperientes e imberbes que nem sonham o que custa e custou ganhar uma Bandeira!
Contrariamente à tradição que o PSD tinha nesta Região - que era um partido comprometido com a Autonomia, havendo até uma geração mais velha bastante envolvida nas lutas pela Auto-Determinação dos Açores - hoje os responsáveis (esperamos que por poucos mais meses!...) pisam a nossa Autonomia e apresentam-se como os inimigos e os maiores adversários da nossa Terra, não se coibindo em colaborar em estratégias gizadas a partir do exterior.
Quando nalguns fóruns ou mesmo na imprensa local aparecem alguns nossos conterrâneos a contemporizar com toda deriva centralista e anti-social, ficamos perplexos, como é que as nossas élites (?) chegaram tão baixo.
As próximas eleições legislativas açorianas, ao contrário do que alguns «senadores» ou bem-pensantes escrevem e dizem, não são entre a personalidade A ou B; entre um que é novo(a) e o outro que é velho(a); e muito menos entre quem sabe falar inglês ou outro(a) que sabe tocar piano e falar francês.
A escolha é entre a Autonomia (e num futuro não muito distante a Auto-Determinação) e quem a defende acima de todas as coisas, e entre quem quer o regresso aos ex-distritos autónomos do tempo da outra senhora, quando estes não passavam de meras pagadorias controladas e às ordens de Lisboa.
Quem fala assim não é gago. Na mouche.
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