Uma das características da nossa actual classe política é a sua capacidade extraordinária de mentir, intrujar e gozar na cara do eleitor.
Ainda ontem vimos e ouvimos na RTP-Açores, a líder do principal partido da oposição nos Açores, a afirmar que só sairia do cargo público que actualmente desempenha (Presidente da CMPDL) lá para o final do mês de Julho, pois segundo a ilustre candidata a PdGA, dois meses (Agosto e Setembro) seriam suficientes para a campanha eleitoral.
Descontando o facto da referida senhora querer aproveitar algum protogonismo pessoal durante o corso carnavalesco que ocorre no mês de Julho em PDL, usando e abusando duma tradição religiosa e popular dos açorianos e que já mereceu vigorosa censura de vários responsáveis clericais e leigos da Igreja Católica, o que mais nos choca nessas declarações é o facto de ser dito que dois meses eram suficientes para a campanha das próximas eleições legislativas açorianas!
Então, não tem sido campanha eleitoral (primeiro, interna no seu próprio partido; há três ou quatro anos na campanha contra os Açores e os seus orgãos de governo próprio) que a referida senhora tem vindo a fazer, ela e toda uma estrutura camarária paga pelos contribuintes e munícipes de Ponta Delgada?
Não é por acaso que o concelho de Ponta Delgada é um dos mais atrasados dos Açores, desde as coisas mais básicas (recolha de resíduos, limpeza e higiene, apoio ao comércio tradicional que já está farto de tanto parquímetro, taxas, multas e emolumentos ou caminhos municipais nas freguesias rurais que mais parecem grotas) até à inexistência duma política urbanística de qualidade.
Hoje Ponta Delgada e a sua cintura residencial e edificada é uma amálgama de construções que mais parece um subúrbio de Lisboa do que uma cidade com história, pergaminhos e tradição.
E não é por falta dos munícipes pagarem cada vez mais impostos (IMIS, IMTs, etc), taxas, licenças e tantas alcavalas.
Se a referida senhora não tivesse andado todos estes anos em frenética e calculada campanha eleitoral, talvez Ponta Delgada e todo o concelho, pudesse ter uma outra fisionomia social, patrimonial e cultural e talvez tivesse atingido a qualidade urbanística da sua congénere da Madeira, a cidade do Funchal.
Apetece perguntar, mais campanha eleitoral, para quê?
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