segunda-feira, 16 de abril de 2012

UMA ENCENAÇÃO FALHADA














No Termo de Abertura deste blogue declarámos, para os devidos e subsequentes efeitos, que não estávamos engajados a qualquer força partidária regional oficialmente instituida, porquanto rejeitamos à partida qualquer militância num qualquer partido dito nacional.

O nosso partido é, e só é os Açores! Isto não significa que não tomemos partido por este ou por aquela; ou por qualquer organização ou movimento que tenha como objectivo a defesa, a promoção e o desenvolvimento da nossa Terra.

E muito menos seremos neutros quando está em jogo o bom nome dos Açores, das suas gentes e dos seus interesses principais.

Feita esta declaração de interesses, foi com muita tristeza e mágoa que assistimos parcialmente a alguns flashs e a notas de reportagem da nossa comunicação social no que concerne ao Congresso regional do PSD , que teve lugar este fim-de-semana em Ponta Delgada.

Depois duma apresentação nacional no Congresso do PSD em Lisboa, que se saldou num perfeito fiasco, era expectável que a líder do PSD regional viesse a ter uma performance mais consentânea com o cargo que pretende ocupar.

Infelizmente, e não obstante uma coreografia minuciosamente preparada, desde a moldura de jovens imberbes a agitar bandeirinhas da região autónoma (para quem conhece a simbologia açoriana, aquelas não são as bandeiras dos Açores!...) até a uma plateia de notáveis da brigada do reumático local, passando pelos seus sponsors que vieram propositadamenre de Lisboa, a líder local do PSD e candidata a Presidente do Governo Regional, fez um discurso de abertura recheado de amnésia selectiva, revanchismo, ódio visceral ao seu adversário e desrespeito pelas regras democraticas, entre as quais se incluem dignidade, honestidade intelectual e até sentido de estado, uma vez que o cargo que pretende ocupar assim o obriga.

Nisso, a líder local do PSD, foi igual aos seus municiadores/financiadores/teorizadores de Lisboa, que no Congresso Nacional passaram todo o tempo a malhar no inginheiro ausente em em Paris, enquanto ela passou o tempo a vituperar no seu principal adversário que está ausente em Washington.

O que se passou naquele Congresso, ultrapassou tudo o que é razoável, tendo em atenção que estavam a ser discutidos assuntos que interessam à nossa Terra, os Açores.

Numa altura em que a Autonomia -aquela pouca que nos foi outorgada! - está sob ataque cerrado das forças centralistas, colonialistas e revanchistas de Lisboa e arredores, a líder do PSD local - e que tem o dever de defender os Açores-, furtou-se a essa obrigação, e ao invés, ela e os seus companheiros de partido preferiram atacar soezmente os seus adversários açorianos, e com isso, dando mais argumentos para Lisboa fazer aqui o que já faz na Madeira, sem já falar na desvatação que grassa na Península.

Já não bastava a inventona da famigerada «dívida» dos Açores e toda uma agit-prop alicerçada na má-língua, no insulto, na guerrilha politica e no populismo mais básico, para que ainda fossemos testemunhas deste vil colaboracionismo com os centralistas e colonialistas de Lisboa.

Não disse nem uma palavrinha contra Lisboa. Nem se queixou da rapina fiscal que está a ser implementada; dos cortes orçamentais e salariais; do ataque às freguesias; do bloqueio financeiro da República à Região e à nossa economia privada. Não se queixou das medidas neo-comunistas liberais que o Governo de Lisboa está empreender e que está a devastar a economia e todo o tecido social,etc,etc.

Acusou sim, quem, melhor numas vezes ou pior noutras, tenta defender os Açores e obter o máximo de meios para a nossa sociedade insular.

Tão cedo, os açorianos, que estiveram atentos minimamente ao que sucedeu naquele conclave partidário regional, se esquecerão das infâmias e dos insultos lá proferidos contra cidadãos açorianos, nossos compatriotas, para gozo e deleite daquela gajada de Lisboa.

Deus não dorme.

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