
Desde há muito tempo, talvez desde há muitos anos a esta parte, Portugal tem sido saqueado e desonrado num ritmo deveras impressionante.
Como é habitual nestes casos, quem sofre com todo este saque e corrupção organizada, são sempre os elementos mais frágeis da sociedade, em especial os idosos e as crianças das famílias mais pobres e vulneráveis.
Em Portugal temos vindo a assistir de dia para a dia - em progressão geométrica - a um invulgar fenómeno, onde o Estado e as suas estruturas protegem os grupos sociais mais poderosos e endinheirados à conta da exploração, confisco e rapina fiscal dos pobres , da classe trabalhadora e da proletarização irreversível da classe média, tão fundamental para o equilibrio social e para o desenvolvimento económico.
A par de toda a convulsão social que está a fermentar, o Estado continua a retirar escandalosamente direitos básicos aos cidadãos, desde cortes nos salários, nas prestações sociais, na assistência médica e medicamentosa e na própria segurança jurídica de pessoas e bens.
Ainda hoje, ouvimos da boca do Ministro da Assistência e Caridade, mais um anúncio de cortes de subsídio de desemprego, subsídio de doença, rendimento mínimo, etc, com a justificação pateta que isso terá como consequência a descida da fraude, o que constitui uma verdadeira ofensa à maioria esmagadora dos cidadãos que são honestos (muito mais honestos do que esses governantes de aviário!) e uma afronta aos profissionais (médicos,etc.) que atestam essas situações.
Realmente a situação social «neste» país é duma injustiça atroz.
«Sucialismo de Estado» à fartazana para a momenklatura e para as clientelas politico-partidárias do regime, e que estão sempre muito bem servidas seja qual fôr a origem do governo ou da maioria que o apoia, e «capitalismo selvagem» para os servos da glebe, para os mais desfavorecidos e para todos aqueles que se levantam cedo para pôr «isto» a funcionar».
Castigam-se as autarquias (em especial as freguesias que não são responsáveis pela mega dívida do Estado!); as ilhas e os trabalhadores (dependentes/independentes/micro, pequenos e médios empresários), mas não se toca nos privilégios dos que raptaram as funções do Estado para seu usufruto privado, como é o caso das parcerias público-privadas, das rendas da energia, das concessões com lucro garantido ou na utilização do banco do Estado (isto é, dos contribuintes) para alavancar negócios privados e especulações bolsistas.
Neste negro cenário dum país onde o «Estado Sucial» prospera, os Açores, como comunidade insular, abandonada durante todos estes séculos, por um poder centralista e colonialista, está de novo a sofrer as consequências duma governação portuguesa aventureirista e golpista.
Todos nós, cidadãos nascidos ou residentes aqui nestas nove ilhas, não somos demais para fazer frente a este verdadeiro «sucialismo (de súcias) dum Estado que pune os pobres, retira abonos de famílias a agregados de poucas posses, e por outro lado «injecta» milhões e milhões no falido BPN, nas PPP's e financia uma série de estruturas ao serviço da fidalguia dos negócios e da trapaça.
Quererdes viver e trabalhar dentro dum Estado tão injusto e parcial?
Sim criámos um Estado de súcias, infelizmente os oportunistas e trapaceiras não estão apenas em quem está no poder, pertence a classes influentes ou no Continente. É um problema transversal que tem como consequência sobretudo prejudicar os honrados e honestos, que também se encontram em várias frentes.
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