segunda-feira, 21 de maio de 2012

SERÁ QUE LISBOA PRETENDE TRANSFORMAR A EX-RTP AÇORES NUM CANAL DE ESGOTO DA PRODUÇÃO «NACIONAL»?

Como já foi noticiado, está para breve a implementação da famigerada janela de quatros horas para a programa do canal (RTP) que já foi dos Açores.


Tudo leva a crer que essa medida de gestão (?) será implementada a partir do próximo mês de Junho, embora haja ainda algum mistério em relação à programação ou conteúdos a introduzir nesse canal.

Pelo que já veio a lume, aliás pela voz do próprio apresentador, o popular programa «Bom Dia Açores» acabará no próximo dia 1 de Junho, uma sexta-feira.

Em post anterior já nos referimos quanto à importância deste programa para as nossas populações, devido à sua variedade temática, espontaneidade, participação e actualidade noticiosa sobre as nossas comunidades e ilhas.

Para além deste programa, outros houve e outros ainda há que são autêntico serviço público para os Açores, uma vez que a nosso arquipélago tem as suas especificidades e até as suas necessidades de informação que não se compadece com as prioridades noticiosas nacionais ou mesmo mundiais. Para isso há uma outra grande variedade de canais internacionais que transmitem essas notícias com mais profissionalismo, transparência e isenção.

Convém lembrar que a ex-RTP Açores foi implantada cá ao abrigo dum vasto pacote de reinvindicações junto do Estado Central e como um instrumento da nossa própria Autonomia, mais tarde outorgada constitucionalmente.

Durante muitos anos a RTP Açores foi um veículo fundamental de dinamização cultural e social e foi principalmente uma poderosa ferramenta para a nossa ambicionada e indispensável unidade regional.

Com a RTP Açores, os habitantes das Flores e do Corvo, ficaram a conhecer melhor o que se passava nas ilhas de Sta Maria, S. Miguel ou Terceira, e vice-versa.

Tudo isto - e com este canal que já foi dos Açores - vai acabar!

Um dos grandes argumentos apresentados pela tutela (Governo de Lisboa) deste canal (que já foi dos Açores) , e que é propriedade do Estado Português, é que é necessário reduzir custos....

Ora, tudo isto é uma falácia. Uma coisa é melhorar, racionalizar ou optimizar a gestão dos recursos postos à disposição da RTP e que são pagos pelos contribuintes, incluindo os açorianos, através das taxas do audio-visual, das publicidades, etc; outra coisa é simplesmente cortar ou extinguir serviços de forma cega, e até ofensiva, como tem sido o caso da ex-RTP Açores.

O que é que nós vemos? Vemos a RTP extinguir a autonomia dos centros regionais dos Açores e da Madeira e até rescindir o contrato que tinha com a EuroNews, um canal europeu de qualidade e isenção informativa.

Por outro lado continua tudo na mesma: os ordenados milionários e os cachetes escandalosos para uma casta especial que vegeta na RTP; continua também os programas de lixo informativo e recreativo, desde doses industriais de futebol (agora no mês de Junho vai ser um verdadeiro inferno!), telenovelas e seriados de 7ª categoria, programas com os tiriricas nacionais com comendas ao peito, programas nocturnos com ralé e deliquentes, etc, etc...

É esta a produção nacional - vulgo serviço público - que a televisão portuguesa quer meter no novo canal criado para as Ilhas Adjacentes?

E por que é que não metem esses conteúdos e todo esse lixo nacional informativo e recreativo no dito cujo?

Espero que os Açorianos dêm a resposta adequada a mais esta prepotência dos centralistas de Lisboa e a mais este ataque à nossa Autonomia.

1 comentário:

  1. E o pessoal da RTP (Continente) a gastar milhares e milhares todos os meses...
    É só olhar para a Catarina Furtado, por exemplo...

    É uma tristeza...

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