terça-feira, 1 de maio de 2012

DIGNIFICAR E VALORIZAR O TRABALHO







Comemorou-se hoje em várias partes do Mundo o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, e instituido em memória dos operários mortos em 1886, durante uma manifestação em Chicago, quando lutavam pela jornada de 8 horas diárias.

É curioso notar que tem sido os EUA - contrariamente ao que é divulgado pela ortodoxia revolucionária europeia - o bastião onde se desenvolveram as grandes lutas sociais, laborais, culturais e politicas dos últimos dois séculos. Desde as lutas pelo sufrágio universal, pela emancipação da mulher, pela igualdade racialou mesmo pela liberdade de expressão, religiosa e de imprensa.

A própria Igreja Católica, institui também no seu calendário religioso o 1º de Maio em honra de S. José Operário, pai de Jesus Cristo, exaltando assim os valores do trabalho e a dignificação dos trabalhadores.

O Trabalho é um valor social e cultural fundamental na nossa sociedade. É através dele que nos realizamos; que nos libertamos e até nos santificamos.

E é com muita preocupação e indignação que assistimos actualmente quer Europa, quer em Portugal, e consequentemente nos Açores, a um agressivo revisionismo das leis e das condições do trabalho, onde o trabalhador passa a ser novamente, não uma mais-valia produtiva ou social, mas sim mais um custo ou factor de produção, perfeitamente descartável ou dispensável.

Enquanto esta Europa e este Portugal, estão mais preocupados em salvar bancos, banqueiros, corporações de negócios e parcerias público-privadas, do que em salvar famílias, homens e mulheres, cidadãos, no fundo, dia a dia vamos cavando mais fundo o fosso das desigualdades.

Em Portugal, e obviamente com reflexos nos Açores, está em curso um verdadeiro PREC contra as famílias, contra os trabalhadores e contra as classes médias.

O objectivo é desvalorizar a força do trabalho e pô-la ao nível de outros espaços geográficos, nomeadamente ao valor e preço da mão-de-obra da China ou de outros países do Sul da Ásia.

E acho igualmente curioso que partidos em Portugal - com as suas delegações e interesses nos Açores - e que neste momento estão no poder em Lisboa, queiram alinhar as leis do trabalho pelas pseudo-leis existentes em territórios onde o esclavagismo e a exploração são dominantes.

É o que se passa com o actual governo neo-comunista liberal de Lisboa, que para satisfazer os ditames da troika e da agiotagem internacional, desrespeitam os direitos dos trabalhadores, das suas organizações representativas e, em muitos casos, atentam contra a carta internacional dos Direitos Humanos.

Neste dia devemos lembrar e reler a enciclica «Rerum Novarum» do Papa Leão XIII, publicada em 15 de Maio de 1891, e que aborda de forma inovadora as relações laborais à data, as condições de trabalho a que os operários estavam sujeitos e constituiu também uma crítica vigorosa à falta de ética e humanismo na sociedade do seu tempo e que tal como hoje, são as grandes causas dos problemas sociais.

Esta Enciclica «Rerum Novarum» constituiu e ainda hoje constitui o pilar fundamental da chamada Doutrina Social da Igreja, cujos princípios foram há muito abandonados pelos partidos portugueses, nomeadamente o ex-CDS, actual PP, e que em tempos se reinvindicaram desta doutrina social.

Hojes, esses partidos são manifestamente anti-sociais e alinham pelos padrões sociais mais exigentes que vigoram na China comunista!

Sem comentários:

Enviar um comentário