quinta-feira, 10 de maio de 2012

POVO, TRADIÇÃO E IDENTIDADE


[Festa do Espírito Santo da Aliança Jorgense, San José- Califórnia: 23 de Maio de 2010]


* Música: Hino do Espírito Santo*



Tradicionalmente os meses primaveris de Maio e Junho são muito significativos e auspiciosos para nós, Açorianos.

É nestes meses, regra geral, que se festeja com muito entusiasmo, fé e tradição o culto ao Divino Espírito Santo e que é uma das mais poderosas marcas identitárias do Povo Açoriano, quer aqui nestas maravilhosas ilhas atlânticas, quer no Novo Mundo onde se radicou a nossa diáspora, desde a mais remota (Brasil e Califórnia) até à mais recente (Nova Inglaterra, Canadá, Bermuda).

Nalgumas ilhas já começaram os tradicionais impérios e as emocionantes coroações, e é neste tempo de promissão que nos faz recuar docemente aos nossos tempos de infância.

É também a partir do mês Maio que se inicia na ilha Terceira a temporada das touradas à corda, e que, pese embora alguma polémica, são uma tradição muito forte e popular naquela ilha e também noutras do grupo central, e que nada tem a ver com as estrangeiradas e bárbaras touradas de praça.

Por outro lado, na Ilha de S. Miguel é também no mês de Maio, regral geral, que se realizam as grandiosas festividades religiosas em honra ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, um culto que já tem mais de três séculos, e que muito significado tem para todos nós, e num modo muito especial para os nossos emigrantes, que sempre que podem , regressam para cumprir as suas promessas e agradecer junto do Sº Sº Cristo todas as graças alcançadas.

De facto é nesta época do ano que a Açorianiedade - todo este conjunto de valores sociais, culturais e religiosos que nos identificam como um Povo que tem uma identidade e uma tradição - atinge o seu ponto mais alto, e que culmina na celebração cívica do Dia dos Açores, instituido precisamente na Segunda-Feira do Espírito Santo (dia da pombinha), como traço de união entre todas as ilhas , para honrar os nossos conterrâneos que mais se destacaram e para exaltar a nossa liberdade e os nossos valores culturais.

Para muitos, felizmente, estes rituais de exaltação da açorianiedade prolongam-se até ao dia 6 de Junho, data incontornável da nossa história recente, e que ainda não obteve o seu devido destaque na cronologia açoriana.

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