sexta-feira, 4 de maio de 2012

PORTUGAL, UM PAÍS DO TERCEIRO-MUNDO!

No passado dia 1 de Maio , assistimos incrédulos a um espectáculo degradante que se traduziu numa tresloucada corrida às compras em resposta a uma surpreendente campanha de descontos protogonizada por uma cadeia de mega mercearias.

Fazendo fé nas imagens que entravam em nossa casa através dalguns canais de notícias, por uns momentos parecia que todo aquele inaudito espectáculo se passava em Port-au-Prince, no Haiti ou nalgum país que estivesse em vesperas de entrar num qualquer guerra.

É verdade que em todos os países - e designadamente nos países campeões da sociedade de consumo (EUA, Reino Unido, Brasil) - este tipo de campanhas de descontos e de saldos é muito frequente, mas são realizadas com alguma organização, agendamento e previsabilidade, até por uma questão de segurança, quer dos clientes, quer dos trabalhadores e também dos próprios estabelecimentos.

O que aconteceu no dia 1 de Maio - para além de ser uma provocação gratuita ao dia sagrado dos trabalhadores - foi uma operação que roçou o terrorismo comercial e recheada de ilegalidades conforme já detectadas pelas autoridades de fiscalização.

Mas o mais impressionante nesta operação comercial foi ver um país - Portugal, de norte a sul - assustado pelo dia de amanhã e que pulou da cama para se abastecer com alguns quilos de arroz, bacalhaus, frangos e até whisky, conforme rezam as crónicas.

Onde alguns pseudo-intelectuais de estrebaria (com um tal Villaverde Cabral) viram um golpe de genialidade ou como alguns bloguers e comentadores a recibo-verde viram uma manifestação de liberdade económica e de consumo, nós vimos o retrato fiel dum país, dum povo, duma governação e de um certo alto patronato.

Um país devastado e cheio de medo; um povo resignado, vencido e domesticado; uma governação aventureirista e de badamecos; um alto patronato, explorador, ressabiado, reaccionário e sucialista.

Enfim, uma autêntica miséria.

Felizmente nos Açores, estamos ainda livres desses espectáculos degradantes para a condição humana, e promovidos por provocadores e até por uma organização que é propriedade dum tipo que tem no seu cartão-de-visita a condição de «católico, vamos a casa...»...

1 comentário:

  1. Por acaso esteve presente na feira de liquidação total do SOLMAR?! Senão esteve, então não assistiu ao degradante espetáculo de compras desenfreadas e 4 hras em fila de espera... para pagamento.

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