segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ó MAR SALGADO, QUANTO DO TEU SAL SÃO LÁGRIMAS DE PORTUGAL!



[Versão musicada e cantada no doce sotaque tropical brasileiro do poema heróico «Mar Portuguez» do genial Fernando Pessoa , tão estudado e idolatrado no Brasil]

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Por imperativo de calendário, comemorou-se ontem, dia 10 de Junho, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

Como vem sendo habitual, há muito tempo a esta parte, as altas autoridades e as altas instâncias reuniram-se num cerimonial pomposo, devidamente protegidas por cordões policiais e guarda-costas, ficando o Povo atrás das tábuas...

Cerimonial consecutivamente anacrónico e até surrealista, numa altura em que se vende os activos da pátria às fatias e quando a nação está às ordens de potências estrangeiras. Por pouco proibiam a celebração do Dia de Portugal, já que o feriado da Restauração da Independência foi simplesmente banido.

Nestas circunstâncias e quando mais uma vez o Estado Português não cuida dos seus cidadãos nem exerce a sua soberania com justiça e isenção, resta-nos lembrar e homenagear o bom povo português, aquele que ao longo do tempo tem sido explorado, saqueado e roubado por uma élite politico-cultural-financeira corrupta e incompetente; homenagear todos os filhos do ex-Império que foram esquecidos, desprezados e abandonados na Ásia ou na África; homenagear os bravos soldados (entre os quais muitos açorianos) que pereceram nas savanas africanas ou serviço duma pátria madrasta; e não podíamos esquecer dos heróicos Ilhéus (açorianos e madeirenses), que durante séculos têm sido os faroleiros e os vigilantes desta fronteira ocidental, apesar das ignomínias feitas e ditas contra estes.

Ainda recentemente, Vasco Vieira de Almeida, distinto advogado e Ministro das Finanças do I Governo Provisório, afirmou que «o Povo valeu sempre mais do que as élites». Nem mais!

A próxima revolução, não vai ser motivada por lutas de classes ou uma lutas ideológicas, mas será uma revolução para defenestrar, inclusivamente aqui nos Açores, as actuais élites (ou o que resta delas...) corruptas, reacionárias e incompetentes, que arruinaram o povo e que fizeram sumir todo o produto do nosso trabalho e todas as nossas poupanças.

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