domingo, 25 de março de 2012

UMA NOVA OFENSIVA CONTRA OS AÇORES JÁ ESTÁ EM MARCHA


As reinvindicações autonómicas dos Açores nunca foram bem vistas pelos centralistas/colonialistas de Lisboa e pelos seus cúmplices e colaboracionistas de cá.

Basta recordar os acontecimentos que sucederam após o 25 de Abril; a manifestação de 6 de Junho; o Verão Quente de 1975; a outorga em 1976 duma autonomia minimalista e altamente vigiada por Portugal; a proibição na CRP de partidos regionais/independentistas/nacionalistas ou associações cívicas desta natureza ; os abundantes conflitos institucionais com os ex-Ministros da República; a guerra das bandeiras; a doutrina centralista trazida pela ascenção do cavaquismo em Portugal nos finais da década de 80 e que perdura até aos nossos dias; os recentes conflitos com o PR a propósito do Estatuto e outras minudências até às recentes investidas centralistas protogonizadas pelo actual governo de Lisboa e que vêm muito bem embrulhadas com o papel da troika e da famigerada crise.

Se os Açores usufruem dum Estato de Autonomia - mitigada e minimalista, é certo - foi porque uma geração de açorianos lutou e deu o peito às balas.

Nada nos foi concedido de mão-beijada. Foi preciso muita luta, muita reinvindicação e muita persistência.

Basta recordar aos mais novos que ainda há pouco mais de 30 anos era necessário uma guia alfandegária para o transporte de mercadorias entre ilhas e quase todos os processos administrativos eram despachados em Lisboa.

Durante mais de cinco séculos, Portugal abandonou estas Ilhas à sua sorte. Fomos explorados, humilhados e rapinados fiscalmente.

Mesmo durante estas três décadas de autonomia, muitas foram as tentivas de cercear e condicionar as nossas prerrogativas autonómicas, principalmente pelo domínio financeiro.

Actualmente - e com o pretexto da gravísima situação financeira que se encontra Portugal - os arautos do centralismo e da anti-autonomia já se fazem ouvir em diversos fóruns de Lisboa e arredores.

É já um tique clássico dos centralistas de Lisboa (desde há muitos séculos), quando Portugal se encontra à beira do abismo, os primeiros a sofrer são sempre os mesmos: as ilhas, as províncias continentais do interior, as autarquias e os grupos sociais mais vulneráveis.

Não é de estranhar, portanto, que dentro dos próximos dias e meses, venha a intensificar-se uma poderosíssima campanha contra os nossos direitos autonómicos adquiridos, contra os nossos orgãos de governo próprio e inclusivamente contra os nossos direitos históricos reconhecidos universalmente a cada Povo.

Os centralistas querem a todo o custo que os Açores se vergam a Lisboa como aconteceu e está aconteceu com a Madeira, como este fim-de-semana tivémos ocasião de verificar, onde a liderança politica madeirense foi domesticada e docilizada.

Resistir aos centralistas e colonialistas de Lisboa é tarefa que deve animar qualquer Açoriano de boa vontade.

Vamos estar vigilantes.

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